0

Estilo gótico

terça-feira, 8 de maio de 2012.

Gárgula (neogótica) da Catedral de Notre-Dame em Paris.O estilo gótico designa uma fase da história da arte ocidental, identificável por características muito próprias de contextosocialpolítico e religioso em conjugação com valores estéticos e filosóficos e que surge como resposta à austeridade doestilo românico.Este movimento cultural e artístico desenvolve-se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século XII e prolonga-se até ao advento do Renascimento Italiano em Florença, quando a inspiração clássica quebra a linguagem artística até então difundida.Os primeiros passos são dados a meados do século XII em França no campo da arquitetura (mais especificamente na construção de catedrais) e, acabando por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início doséculo XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica.A arquitetura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.Quando a nova estética se expande além das fronteiras francesas, a sua origem vai ser a base para a sua designação, art françaisfrancigenum opus (trabalho francês) ou opus modernum (trabalho moderno). Mas vai ser só quando o Renascimento toma o lugar da linguagem anterior que os novos valores vão entrar em conflito com os ideais góticos e o termo actual nasce. Na Itália do século XVI , e sob a fascinação pela glória e cânones da antiguidade clássica, o termo gótico vai ser referido pela primeira vez por Giorgio Vasari, considerado o fundador da história da arte. Aos olhos deste autor e dos seus contemporâneos, a arte da Idade Média, especialmente no campo da arquitectura, é o oposto da perfeição, é o obscuro e o negativo, relacionando-a neste ponto com os Godos, povo que semeou a destruição na Roma antiga em 410. Vasari cria assim o termo gótico com fortes conotações pejorativas, designando um estilo somente digno de bárbaros e vândalos, mas que nada tem a ver com os antigos povos germânicos (visigodos e ostrogodos).O termoSomente alguns séculos mais tarde, durante o romantismo nas primeiras décadas do século XIX, vai ser valorizada a filosofia estética do gótico. A arte volta-se novamente para o passado, mas agora para o período misterioso e desconhecido da Idade Média. Goethe, também fascinado pela imponência das grandes catedrais góticas na Alemanha, vai acabar por ajudar ao impulso desta redescoberta da originalidade do período gótico, exprimindo as emoções que lhe são despertas ao admirar os gigantes edifícios de pedra.Neste momento nasce o neogótico que define e expande o gosto pela utilização de elementos decorativos góticos e que reconhece pela primeira vez as diferenças artísticas que separam o estilo românico do gótico.Os séculos XI e XII são séculos de mudanças sociais, políticas e económicas que em muito vão fazer despoletar as necessidades de uma expressão artística mais adequada às novas premissas sociais.comércio está em expansão e a Flandres, como centro das grandes transacções comerciais, leva ao desenvolvimento das comunicações e rotas entre os diversos povos e reduz as distâncias entre si, facilitando não só o comércio de bens físicos, como também a troca de ideais estéticos entre os países. A economia prospera e nasce um novo mundo cosmopolita que se alimenta do turbilhão das cidades em crescimento e participa de um movimento intelectual em ascensão.Paralelamente assiste-se ao crescimento do poder político representado pelo monarca e à solidificação do Estado unificado, poderosa entidade que vai aspirar a algo que lhe devolva a dignidade e a glória de outros tempos e que ajude a nação a apoiar a imagem do soberano .igreja, por seu lado, vai compreender que os fiéis se concentram nas cidades e vai deixar de estar tão ligada à comunidade monástica, virando-se agora para o projecto do que será o local por excelência do culto religioso, a catedral. Ao contrário da construção humilde e empírica do românico, a construção religiosa gótica abre portas a um espaço público de ensinamento da história bíblica, de grandiosidade, símbolo da glória de Deus e da igreja, símbolo do poder económico da burguesia, do estado e de todos os que financiaram a elevação do emblema citadino.A Filosofia da Luz e a Abadia de Saint-DenisO colorido e a exaltação da luz narosácea de Sainte-ChapelleParis.O nascimento do estilo, mais que o seu desaparecimento, pode ser definido cronologicamente com clareza, nomeadamente no momento da reconstrução da abadia real de Saint-Denis sob orientação do abade Suger entre 1137 e 1144. Esta abadia beneditina situada nas proximidades de Paris, em França, vai ser o veículo utilizado à comunicação dos novos valores simbólicos: por um lado a dignificação da monarquia, por outro a glorificação da religião. Este empreendimento tem por objectivo apresentar o maior centro patriótico e espiritual de toda a França, ofuscando todas as outras igrejas de peregrinação, trazendo para si mais crentes e restabelecer a confiança entre a igreja e o seu rebanho.Para materializar esta ideia várias fontes e influências terrenas vão ter de ser, no entanto, bem contabilizadas e fundidas. A cabeceira (zona este da igreja) vai ser emprestada das já existentes igrejas de peregrinação, com ábsidedeambulatório e capelas radiantes, assim como a utilização do arco quebrado de influência normanda. A técnica construtiva dá também neste momento um avanço significativo contribuindo com a abóbada de nervuras (sobre cruzaria de ogivas) e que vai permitir uma maior dinâmica e flexibilidade de construção. O impulso destas abóbadas vai ser recebido por contrafortes no exterior do edifício, libertando o espaço interior e dotando-o de uma leveza extraordinária.Mas mais que uma junção de elementos, o estilo gótico é afirmação de uma nova filosofia. A estrutura apresenta algo novo, uma harmonia e proporção inovadoras resultado de relações matemáticas, de ordens claras impregnadas de simbolismo. Suger, que é fortemente influenciado pela teologia de Pseudo-Dionísio, o Areopagita, aspira uma representação material da Jerusalém Celeste. A luz é a comunicação do divino, o sobrenatural, é o veículo real para a comunhão com o sagrado, através dela o homem comum pode admirar a glória de Deus e melhor aperceber-se da sua mortalidade e inferioridade. Fisicamente a luz vai ter um papel de importância crucial no interior da catedral, vai-se difundir através dos grandes vitrais numa áurea de misticismo e a sua carga simbólica vai ser reforçada pela acentuação do verticalismo. As paredes, agora libertas da sua função de apoio, expandem em altura e permitem a metamorfose do interior num espaço gracioso e etéreo.espaço é acessível ao homem comum, atrai-o de uma maneira palpável, que ele é capaz de assimilar e compreender, o templo torna-se o ponto de contacto com o divino, um livro de pedraiconográfico que ilustra e ensina os valores religiosos e que vai, a partir deste momento, continuar o aperfeiçoamento da mesma.O núcleo central do estilo resume-se inicialmente à zona da Île-de-France, que abarca a zona de Paris e arredores, mas estende-se eventualmente a todo o território francês e transborda mesmo para lá das fronteiras ramificando-se pela Europa ocidental, principalmente a norte dos Alpes. A expansão do movimento alastra com o tempo para InglaterraAlemanhaItáliaPolónia e até à Península Ibérica, embora aqui com menos impacto.Seguindo as rotas comerciais o estilo é exportado e vai permanecer por algum tempo como uma estética de carácter estrangeiro e adaptado. Já no decorrer do século XIII impõem-se as influências regionais e o estilo assume, dentro de um mesmo eixo condutor, diversas facetas demarcadas pelas diferentes culturas e tradições europeias. Mas a corrente artística não vai permanecer imutável e, do mesmo modo que se ramifica, vai acabar por se influenciar mutuamente e formar um conjunto uniforme e homogéneo por volta de 1400, denominado Gótico internacional. A meados do século XVa área de domínio gótica começa a reduzir e está practicamente extinta um século depois quando o Proto-Renascimento lança as primeiras ideias.Em geral verifica-se que, em termos de permanência temporal, o movimento artístico difere profundamente de local para local, podendo-se, no entanto, definir aproximadamente as diferentes fases que o compoem.Vista da Catedral de Colónia,Alemanha.
  • Gótico primitivo, ou Proto-gótico
Assumem-se as ideias base e dão-se os primeiros passos com a reconstrução da Abadia de Saint-Denis.
  • Gótico pleno, ou Gótico clássico
Aperfeiçoam-se as inovadoras técnicas de construção e entra-se na fase do domínio construtivo arquitectónico com o tempo das grandes catedrais.
  • Gótico tardio
A expressão artística torna-se menos ambiciosa, fruto da crise económica e da Peste negra do século XIV a par com uma religião mais terrena e mundana praticada pelas ordens mendicantes.
  • Variantes decorativas
  • Gótico radiante, irradiante ou rayonnant (século XIV de 1300 a 1400, uso de linhas radiais na traceria)
  • Gótico perpendicular (Inglaterra, século XIV, uso de linhas perpendiculares)
     ou flamboyant (França, século XV de 1400 a 1500). Momento definido pela exuberância da decoração escultórica nos edifícios arquitectónicos. A própria designação do momento (flamejante, que deriva de chama) traduz a essência do novo gosto por uma ornamentação fluída e ondulante que cobre toda a superície arquitectónica como uma teia. Neste momento não existem, no entanto, evoluções estruturais.
ArquitecturaVer artigo principal: Arquitectura góticaInterior da Catedral de Colónia emColóniaAlemanha.Características gerais
  • Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico;
  • Paredes mais leves e finas;
  • Contrafortes em menor número;
  • Janelas predominantes;
  • Torres ornadas por rosáceas;
  • Utilização do arco de volta quebrada;
  • Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas;
  • Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os telhados são em forma de pirâmide.
  • A catedral
A arquitectura gótica não é um momento de ruptura drástica com os ideais anteriores, mas antes uma assimilação de alguns elementos independentes de diferentes fontes, metamorfoseada com o novo conceito de interpretação da arte religiosa. Os primeiros indícios surgem na Normandia do século XI com a era de construção monástica incentivada pela Ordem de Cluny. Mas já neste momento se aglomeram diversas influências posteriores que vão ser cruciais à tipologia da catedral gótica: as arquivoltas e a abóbada de arestas de origem lombarda e franca; a planta basilical modificada composta por três naves,transepto e três ábsides de influência carolíngia.Facto decisivo para a originalidade construtiva é o avanço técnico nas mãos das corporações de construtores, grupos formados pelos antigos mestres anónimos ao serviço das construções monásticas, que se movem livremente de obra para obra e impulsionam a técnica do arcobotante, elemento que vai suportar a impulsão da abóbada no exterior da catedral e vai libertar as paredes do esforço, tornando-as mais esbeltas e transmitindo uma ilusão de leveza no interior pela acentuação de verticalidade.Vários componentes adicionais, como as duas torres ocidentais, o sistema interior de divisão vertical em três áreas (arcadatrifório e clerestório – zona dos grandes vitrais), as colunas esguias, osarcos quebrados, a profusão de pináculos e diversos elementos decorativos vão formar uma tipologia maleável de grandes dimensões, que não obedece a um padrão pré-definido de número de partes e que varia de caso a caso (ver a título de exemplo a Catedral de Notre-Dame em Paris).A decoração interna e externa dos edifícios é bastante complexa e também um dos factores mais importantes. A geometrização vai dominar e consequentemente encontra-se uma multiplicidade de elementos compostos por círculos e arcos nos lavores de pedra (traceria) em remates de vitrais, arcos e gabletes. Estes ornamentos estão principalmente ligados à estilização de flora, identificando-se também referências ao universo humano e animal.Contexto e primeiros passosExpansão, ramificação e uniformizaçãoExpressões

[editar]

[editar]

[editar]

[editar]

[editar]

[editar]

[editar]

Leia Mais...
0

Arte Gótica


Arte Gótica
Arte Gótica
Estilo artístico desenvolvido na Europa Ocidental, a arte gótica está diretamente ligada ao contexto histórico da época de sua criação. No fim da Idade Média, o velho continente se deparou com o renascimento comercial, a decadência do feudalismo, o êxodo rural e, juntamente com tudo isso, uma série de mudanças de caráter ideológico, filosófico e religioso.
Durante tais mudanças ocorridas entre os séculos XI e XII, surgiu a necessidade da criação de uma arte mais adequada à nova realidade. O termo “gótico” foi dado mais tarde pelos italianos renascentistas, os quais criam que a Idade Média fora um período de trevas e pura escuridão. De fato, a arte gótica substituiu a arte romântica, até então predominante.
Com o crescimento das cidades registrado na Baixa Idade Média, as catedrais passaram a ter grande importância na época, uma vez que passaram a servir como grandes locais públicos de ensinamento das leis divinas. A arte gótica talvez tenha surgido como uma própria consequência do crescimento urbano, revelando características peculiares na arquitetura, como a verticalização (uma alusão ao céu, ao divino), a grandiosidade, a precisão dos traços, além do emprego de rosácea e da abóbada cruzada. Entre as principais catedrais góticas, podemos citar a Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres.
Na escultura, o gótico ficou caracterizado novamente pela verticalização, grande naturalismo presente nas obras e o baixo-relevo. Já as pinturas quase sempre tratavam de assuntos religiosos (santos, anjos, etc). Na maioria das vezes eram usadas cores claras, revelando uma estreita ligação entre a pintura gótica e a iconografia cristã. Os principais pintores deste período foram Giotto di Bondone (1267 - 1337), Simone Martini (1283 - 1344) e Jan van Eyck (1390 – 1441).
Leia Mais...
0

Contexto histórico

quarta-feira, 2 de maio de 2012.

Contexto histórico

Fachada do sul da Catedral de Notre-Dame de Chartes. A catedral foi uma das primeiras a serem construídas com estilo gótico durante o século XIIna França e em todo o Continente Europeu.
Por volta do século X o continente europeu estava em crise e o poder real estava enfraquecido, consequentemente sucedido pelo feudalismo. A França estava ameaçada de invasão e o povo buscou refúgio nas poucas e precárias fortalezas que no país se encontravam.
Durante este período foram criadas esculturaspinturas e outros meios artísticos exibindo o pânico pressentido pela população. Século depois, como a profecia católica não realizou-se, ocorrem uma série de fatos históricos como as Cruzadas, a construção das primeiras universidades e o enfraquecimento do feudalismo que embora não tenha sido extinto a princípio. Neste período surge um novo estilo artístico,arquitetónico e cultural, baseado nos estilos romanos mas que eram combinados com as novas tendências e necessidades: o Opus Francigenum ("Estilo francês"). A partir do ano de 1127, já era possível encontrarcatedrais portando este género arquitetónico e anos após, o Estilo francês já espalhava-se por toda a Europa Medieval. Na França, a primeira catedral construída com o novo estilo foi a Basílica de Saint-Denis, localizado na região de Île-de-France, onde hoje fica Paris. Alguns anos após, o poder feudal é derrotado e o poder realtoma a Europa novamente graças à burguesia e proletários. Com o retorno da monarquia a população adquire mais influência e para comemorar a série de fatos e acontecimentos, buscavam cada vez mas as igrejas e catedrais para cumprir com suas responsabilidades religiosas e agradecerem. Como o estilo arquitetónico românico era formado por pouca iluminação, os europeus buscaram o estilo francês (que é uma evolução arquitetónica da romana) para construir as novas catedrais e igrejas.[3][4][5]

[editar]Elementos arquitetónicos de estruturas góticas

Desenho esquemático que representa asestruturas eclesiásticas de estilo gótico.
Até a atualidade, a arquitetura gótica ficou conhecido por ser encontrada com mais frequência nas grandescatedrais e em outros estabelecimentos eclesiásticos construídos ainda no início do período medieval, período em que exerciam grande influência em toda Europa. Durante o período gótico – século XII à século XV – o poder religioso buscava converter sua "importância" para as estruturas de igrejas, catedrais e abadias através da grandiosidade dimensional presente na arquitetura gótica.[6][7][8][9]
Como a arquitetura gótica foi ulma evolução da arquitetura românica, foram desenvolvidos alguns elementos que ajudaram nas construções góticas, como oarco de ogiva e a abóbada de cruzaria, que tornaram-se as principais características do estilo arquitetónico. Geralmente, a fachada das estruturas góticas busca seguir a verticalidade e a leveza e no interior, busca um ambiente iluminado.[10][11]

[editar]Planta arquitetónica

Planta da Catedral de AmiensFrança. A catedral também possui formato de uma cruz latina.
planta de uma catedral com arquitetura gótica é pouco diferente de uma catedral encontrada antes do surgimento do estilo gótico. Geralmente, as catedrais possuem a aparência semelhante a uma cruz latina (crucifixo), onde situa-se a nave, os transeptos e o coro; na parte inferior da "cruz" fica localizada a nave central circundada por naves laterais; na faixa horizontal havia os transeptos e o cruzeiro; na base da nave tinha-se uma fachada principal. Existem também torres, porém localizadas em partes variadas.[12]

[editar]Arcos de ogiva

Pessoas avistando uma das entrada do oeste da Catedral de AmiensFrança. Os portais possuem traços ogivais góticos e foram construídos durante meados do século XIII.
Ver também: Arcos de ogiva
Os arcos de meia circunferência que haviam sido usados em igrejas e catedrais de arquitetura românica faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes, obrigando um apoio lateral resistente como pilares maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora tornando, consequentemente, o interior das estruturas eclesiásticas mais escuras e cada vez menos agradável.[13]
Este arco foi substituído pelos arcos ogivais (também chamados de arcos cruzados). Isso dividiu o peso da abóbada central, consequentemente, descarregando-a sobre vários pontos, ao invés de um e também, podendo usar material mais leve para a abóbada ou mesmo para as bases de sustentação. No lugar dos sólidos pilares, foram usados colunas ligeiramente afinadas que passaram a receber o peso da abóbada. Deste modo, as paredes foram perdendo a importância como base de sustentação, passando a serem feitas com materiais frágeis como o vidro. Passaram a ser usados então, belosvitrais coloridos, dando origem a tão necessitada luminosidade no interior de igrejas e catedrais.[14]

[editar]Abóbadas em cruzaria

Abóbada da Abadia de Beverley,Inglaterra. As abóbadas góticas, assim como os arcos, possuem formato ogival.
Ver também: Abóbada em cruzaria
As catedrais românicas possuíam um sistema estrutural baseado em espessas paredes e abóbadas semicirculares localizadas logo abaixo do telhado.
Estes sistemas estruturais deveriam ser espessas e com poucas aberturas, pois resistiam à esforços verticais e esforços horizontais, gerados pelo telhado, abóbada e por fortes ventos. Como o estilo arquitetónico gótico seguia as doutrinas religiosas da época, era necessário que as catedrais fossem exuberantemente altas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o início de seus pilares e o cume de suas abóbadas. Durante o auge da arquitetura gótica uma das principais características deste estilo arquitetónico foram as abóbadas ogivais, ou seja, com formato pontiagudo.[15][16]

[editar]Iluminação

Ver também: Vitral & Rosácea
Raios solares filtrados pelas rosáceas daCatedral de MetzFrança. Os vitrais também são fundamentais para uma boa iluminação no interior das catedrais.
Considerada uma arquitetura 'de paredes transparentes, luminosas e coloridas', a arquitetura gótica considera o vitral um importante elemento, pois cria uma atmosfera mística que deveria sugerir, na visão do povo medieval, as visões do Paraíso, a sensação de purificação. Os raios solares são filtrados pelos vitrais e rosáceas, criando no interior da estrutura gótica, um ambiente iluminado e colorido e também, transmitindo aos fiéis religiosos uma sensação de êxtase. Os vitrais apresentavam simples formas geométricas ou mesmo imagens de santos ou passagens bíblicas. Para obter-se um vitral na época, era necessário que um artesão realizasse um processo de coloração da peça de vidro. Durante este processo, o vidro cru era misturado a outros componentes químicos que determinavam a respectiva tonalidade, durante a fase de derretimento. Este processo mantinha o vidro com um tom de cor sem que bloqueasse os raios solares. Após este procedimento o vidro era aquecido e moldado.[17][18]
Assim como os vitrais, as rosáceas visam estabelecer um ambiente iluminado no interior das estruturas góticas, porém possuem algumas características diferentes. Estão localizadas, geralmente, em um local alto nos estabelecimentos eclesiásticos, geralmente em regiões próximas ao portal das fachada principal a Oeste ou mesmo no transepto, em pelo menos um de seus extremos. Assim como a arquitetura gótica no geral possui uma relação com a religiosidade, as rosáceas fazem alusão à personagens cristãos como Jesus Cristo (que é representado pelo sol) e Maria (representada pela rosa).[19]

[editar]Suportes exteriores

Arcobotantes da Abadia Beverley. Os arcobotantes estão localizados na parte exterior das estruturas eclesiásticas.
Ver também: Arcobotante & Contraforte
Ao contrário das espessas paredes da arquitetura românica, a arquitetura gótica é constituída por paredes finas e, geralmente, possuidoras de enormes vitrais e rosáceas. Para que a estrutura eclesiástica fique elevada é necessário usar dois elementos que servem como suporte: o contraforte e o arcobotante. O contraforte fica posicionado em um ângulo reto em relação à estrutura gótica contra a parede lateral e eleva-se a uma altitude considerada alta, em um enorme grau de perfeição. O peso do contraforte neutraliza a pressão causada pelas abóbadas. O arcobotante possui uma caixilharia diagonal de pedra, escorado ao lado pelo contraforte posicionado próximo à parede e por outro lado pela clarabóia da nave. Deste modo, o arcobotante dirige o peso lateral das abóbadas e associado aos contrafortes possui uma força enorme. Graças à estes dois suportes, foi possível construir catedrais, basílicas, igrejas e capelas exuberantemente altas, com muitos vitrais e rosáceas.[10]

[editar]Verticalismo e majestade

Fachada principal da Catedral de AmiensFrança. A religião buscava elevar suas construções ao maior nível de altitude, para transmitir sua majestade.
Outra característica importante das estruturas eclesiásticas góticas é o verticalismo, ou seja, sua elevada altitude. No interior e exterior das construções góticas, os elementos arquitetónicos apontam para o céu. Um exemplo conhecido são os arcos ogivais, que são pontiagudos e possuem a impressão de uma seta apontada para cima. Este verticalismo da arquitetura gótica tenta exibir-se cada vez mais próxima de Deus e destacar sua magnificência dentro de sua respectiva cidade como uma clara referência religiosa. Em uma visão geral, as catedrais sofreram rivalidade entre vários centros urbanos que possuem edifícios com proporções superiores.[20]

[editar]Gárgulas e esculturas santas

Ver também: Gárgulas & Esculturas góticas
Embora sua temática seja diferenciada da arquitetura, as esculturas góticas e as gárgulas estão muito presente nascatedrais e outros estabelecimentos eclesiásticos.
Como elemento arquitetónico, as gárgulas possuem a função de escoar as águas pluviais da cobertura e telhado dos edifícios góticos, impossibilitando-a de escorrer pelas paredes exteriores, degradando o local. Existem também opiniões diferentes sobre o elemento. Uma delas é que as gárgulas não servem para esta função de escoar a água e sim apenas para decorar o ambiente. A opinião mais controversa é de que as gárgulas sirvam para proteger os templos e durante operíodo da noite criam vida. Este obscuro boato colaborou para que as pessoas passassem a acreditar que as gárgulas serviam também para afastar os maus espíritos, imagem que se consagrou e é recitada pelos guias de turismo em toda aEuropa. As esculturas de gárgulas representam seres conhecidos como quimeras.
Outros elementos arquitetónicosAlém das gárgulas e esculturas grotescas, existem esculturas religiosas presentes na arquitetura gótica. Através destas, eram expressadas a  e religiosidade que o povo europeu sentia. Os caracteres esculturais seguem o fundamento gótico doverticalismo e são, majoritariamente, encontrados em portais e colunas. As esculturas, muitas vezes, representampersonagens bíblicos como a Virgem Maria e alguns santos.[23][24]

[editar]

Ver também: Elementos da arquitetura gótica
A arquitetura gótica possui outros elementos arquitetónicos que não foram citados acima. Alguns deles, possuem uma função em seu posicionamento mas outros servem como decoração.
arcada por exemplo, não possui uma função específica, serve apenas como elemento arquitetónico decorativo. As arcadas, como o próprio nome revela, sãoarcos ogivais (na arquitetura gótica) posicionados em sequência, geralmente próximo aos claustros. Não possuem vitraisrosáceas e nem qualquer outro tipo de elemento à base de vidro, o que possibilita a penetração dos raios solares como em qualquer outro local aberto. O florão está situado em uma extremidade exterior e elevada dos edifícios góticos. Como o próprio nome revela, o elemento representa uma flor e possui apenas utilidades decorativas. O capitel é a extremidade superior de uma coluna, pilar ou pilastra e possui utilidades decorativas e técnicas, como o sustento e a transmissão de força para o fuste. O tramo é formado por uma abóbada e seus elementos de descarga de peso; no sentido transversal é formado por dois arcos torais ou dobrados, longitudinalmente por dois arcos formeiros que separam a nave principal das laterais e por arcos cruzeiros que formam as arestas ou nervuras da abóbada. Já o cogulho é representado por uma pedra que faz alusão à folhas estilizadas.

Referências

Leia Mais...
 
Goticismo © Copyright 2010 | Template By Mundo Blogger |