Contexto histórico
Por volta do
século X o
continente europeu estava em crise e o poder real estava enfraquecido, consequentemente sucedido pelo
feudalismo. A
França estava ameaçada de invasão e o povo buscou refúgio nas poucas e precárias fortalezas que no país se encontravam.
Durante este período foram criadas
esculturas,
pinturas e outros meios artísticos exibindo o pânico pressentido pela população. Século depois, como a profecia católica não realizou-se, ocorrem uma série de fatos históricos como as
Cruzadas, a construção das primeiras
universidades e o enfraquecimento do feudalismo que embora não tenha sido extinto a princípio. Neste período surge um novo estilo
artístico,
arquitetónico e
cultural, baseado nos
estilos romanos mas que eram combinados com as novas tendências e necessidades: o
Opus Francigenum ("Estilo francês"). A
partir do ano de
1127, já era possível encontrar
catedrais portando este género arquitetónico e anos após, o Estilo francês já espalhava-se por toda a Europa Medieval. Na França, a primeira catedral construída com o novo estilo foi a Basílica de Saint-Denis, localizado na região de
Île-de-France, onde hoje fica
Paris. Alguns anos após, o poder feudal é derrotado e o
poder realtoma a Europa novamente graças à
burguesia e
proletários. Com o retorno da monarquia a população adquire mais influência e para comemorar a série de fatos e acontecimentos, buscavam cada vez mas as igrejas e catedrais para cumprir com suas responsabilidades religiosas e agradecerem. Como o
estilo arquitetónico românico era formado por pouca iluminação, os europeus buscaram o estilo francês (que é uma evolução arquitetónica da romana) para construir as novas catedrais e igrejas.
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[editar]Elementos arquitetónicos de estruturas góticas
[editar]Planta arquitetónica
A
planta de uma catedral com arquitetura gótica é pouco diferente de uma catedral encontrada antes do surgimento do
estilo gótico. Geralmente, as catedrais possuem a aparência semelhante a uma
cruz latina (
crucifixo), onde situa-se a
nave, os
transeptos e o
coro; na parte inferior da "cruz" fica localizada a nave central circundada por naves laterais; na faixa horizontal havia os transeptos e o cruzeiro; na base da nave tinha-se uma
fachada principal. Existem também torres, porém localizadas em partes variadas.
[12]
[editar]Arcos de ogiva
- Ver também: Arcos de ogiva
Os arcos de meia circunferência que haviam sido usados em
igrejas e
catedrais de
arquitetura românica faziam com que todo o peso da construção fosse descarregado sobre as paredes, obrigando um apoio lateral resistente como pilares maciços, paredes mais espessas, poucas aberturas para fora tornando, consequentemente, o interior das estruturas eclesiásticas mais escuras e cada vez menos agradável.
[13]
Este arco foi substituído pelos
arcos ogivais (também chamados de
arcos cruzados). Isso dividiu o peso da abóbada central, consequentemente, descarregando-a sobre vários pontos, ao invés de um e também, podendo usar material mais leve para a abóbada ou mesmo para as bases de sustentação. No lugar dos sólidos pilares, foram usados colunas ligeiramente afinadas que passaram a receber o peso da abóbada. Deste modo, as paredes foram perdendo a importância como base de sustentação, passando a serem feitas com materiais frágeis como o
vidro. Passaram a ser usados então, belos
vitrais coloridos, dando origem a tão necessitada luminosidade no interior de igrejas e catedrais.
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[editar]Abóbadas em cruzaria
- Ver também: Abóbada em cruzaria
As catedrais
românicas possuíam um sistema estrutural baseado em espessas paredes e abóbadas semicirculares localizadas logo abaixo do telhado.
Estes sistemas estruturais deveriam ser espessas e com poucas aberturas, pois resistiam à esforços verticais e esforços horizontais, gerados pelo telhado, abóbada e por fortes ventos. Como o estilo arquitetónico gótico seguia as doutrinas religiosas da época, era necessário que as catedrais fossem exuberantemente altas, grande luminosidade e uma plena continuidade entre o início de seus pilares e o cume de suas abóbadas. Durante o auge da arquitetura gótica uma das principais características deste
estilo arquitetónico foram as abóbadas ogivais, ou seja, com formato pontiagudo.
[15][16]
- Ver também: Vitral & Rosácea

Raios solares filtrados pelas rosáceas da
Catedral de Metz,
França. Os vitrais também são fundamentais para uma boa iluminação no interior das catedrais.
Considerada uma arquitetura 'de paredes transparentes, luminosas e coloridas', a arquitetura gótica considera o
vitral um importante elemento, pois cria uma atmosfera mística que deveria sugerir, na visão do povo medieval, as visões do
Paraíso, a sensação de purificação. Os
raios solares são filtrados pelos vitrais e
rosáceas, criando no interior da estrutura gótica, um ambiente iluminado e colorido e também, transmitindo aos fiéis religiosos uma sensação de êxtase. Os vitrais apresentavam simples formas geométricas ou mesmo imagens de
santos ou
passagens bíblicas. Para obter-se um vitral na época, era necessário que um
artesão realizasse um processo de coloração da peça de vidro. Durante este processo, o vidro cru era misturado a outros
componentes químicos que determinavam a respectiva tonalidade, durante a fase de derretimento. Este processo mantinha o vidro com um tom de cor sem que bloqueasse os raios solares. Após este procedimento o vidro era aquecido e moldado.
[17][18]
Assim como os vitrais, as
rosáceas visam estabelecer um ambiente iluminado no interior das estruturas góticas, porém possuem algumas características diferentes. Estão localizadas, geralmente, em um local alto nos
estabelecimentos eclesiásticos, geralmente em regiões próximas ao portal das fachada principal a Oeste ou mesmo no
transepto, em pelo menos um de seus extremos. Assim como a arquitetura gótica no geral possui uma relação com a
religiosidade, as rosáceas fazem alusão à
personagens cristãos como
Jesus Cristo (que é representado pelo
sol) e
Maria (representada pela
rosa).
[19]
[editar]Suportes exteriores

Arcobotantes da Abadia Beverley. Os arcobotantes estão localizados na parte exterior das estruturas eclesiásticas.
- Ver também: Arcobotante & Contraforte
Ao contrário das espessas paredes da
arquitetura românica, a arquitetura gótica é constituída por paredes finas e, geralmente, possuidoras de enormes
vitrais e
rosáceas. Para que a estrutura eclesiástica fique elevada é necessário usar dois elementos que servem como suporte: o contraforte e o arcobotante. O contraforte fica posicionado em um ângulo reto em relação à estrutura gótica contra a parede lateral e eleva-se a uma altitude considerada alta, em um enorme grau de perfeição. O peso do contraforte neutraliza a pressão causada pelas
abóbadas. O arcobotante possui uma
caixilharia diagonal de pedra, escorado ao lado pelo contraforte posicionado próximo à parede e por outro lado pela
clarabóia da
nave. Deste modo, o arcobotante dirige o peso lateral das abóbadas e associado aos contrafortes possui uma força enorme. Graças à estes dois suportes, foi possível construir catedrais, basílicas, igrejas e capelas exuberantemente altas, com muitos vitrais e rosáceas.
[10]
[editar]Verticalismo e majestade

Fachada principal da
Catedral de Amiens,
França. A religião buscava elevar suas construções ao maior nível de altitude, para transmitir sua majestade.
Outra característica importante das
estruturas eclesiásticas góticas é o verticalismo, ou seja, sua elevada altitude. No interior e exterior das construções góticas, os elementos arquitetónicos apontam para o
céu. Um exemplo conhecido são os
arcos ogivais, que são pontiagudos e possuem a impressão de uma seta apontada para cima. Este verticalismo da arquitetura gótica tenta exibir-se
cada vez mais próxima de Deus e destacar sua magnificência dentro de sua respectiva
cidade como uma clara referência religiosa. Em uma visão geral, as catedrais sofreram rivalidade entre vários centros urbanos que possuem
edifícios com proporções superiores.
[20]
[editar]Gárgulas e esculturas santas
- Ver também: Gárgulas & Esculturas góticas
Como elemento arquitetónico, as gárgulas possuem a função de escoar as
águas pluviais da cobertura e telhado dos edifícios góticos, impossibilitando-a de escorrer pelas paredes exteriores, degradando o local. Existem também opiniões diferentes sobre o elemento. Uma delas é que as gárgulas não servem para esta função de escoar a água e sim apenas para decorar o ambiente. A opinião mais controversa é de que as gárgulas sirvam para proteger os templos e durante o
período da noite criam vida. Este obscuro boato colaborou para que as pessoas passassem a acreditar que as gárgulas serviam também para afastar os
maus espíritos, imagem que se consagrou e é recitada pelos guias de turismo em toda a
Europa. As esculturas de gárgulas representam seres conhecidos como
quimeras.
Outros elementos arquitetónicosAlém das gárgulas e esculturas grotescas, existem esculturas religiosas presentes na arquitetura gótica. Através destas, eram expressadas a
fé e
religiosidade que o povo europeu sentia. Os caracteres esculturais seguem o fundamento gótico do
verticalismo e são, majoritariamente, encontrados em
portais e
colunas. As esculturas, muitas vezes, representam
personagens bíblicos como a
Virgem Maria e alguns
santos.
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- Ver também: Elementos da arquitetura gótica
A arquitetura gótica possui outros elementos arquitetónicos que não foram citados acima. Alguns deles, possuem uma função em seu posicionamento mas outros servem como decoração.
A
arcada por exemplo, não possui uma função específica, serve apenas como elemento arquitetónico decorativo. As arcadas, como o próprio nome revela, são
arcos ogivais (na arquitetura gótica) posicionados em sequência, geralmente próximo aos
claustros. Não possuem
vitrais,
rosáceas e nem qualquer outro tipo de elemento à base de vidro, o que possibilita a penetração dos
raios solares como em qualquer outro local aberto. O
florão está situado em uma extremidade exterior e elevada dos edifícios góticos. Como o próprio nome revela, o elemento representa uma
flor e possui apenas utilidades decorativas. O
capitel é a extremidade superior de uma coluna, pilar ou pilastra e possui utilidades decorativas e técnicas, como o sustento e a transmissão de força para o
fuste. O
tramo é formado por uma
abóbada e seus elementos de descarga de peso; no sentido transversal é formado por dois arcos torais ou dobrados, longitudinalmente por dois arcos formeiros que separam a
nave principal das laterais e por arcos cruzeiros que formam as arestas ou nervuras da abóbada. Já o
cogulho é representado por uma
pedra que faz alusão à folhas estilizadas.
Referências